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Grande Sertão: Veredas
| João Guimarães Rosa
| Na obra de Guimarães Rosa, ao contrário da maioria de nossos escritores regionalistas, o sertão é visto e vivido de uma maneira subjetiva, profunda, e não apenas como uma paisagem a ser descrita, ou como uma série de costumes que parecem pitorescos. Sua visão resulta de um processo de integração total entre o autor e a temática. Dessa integração a linguagem é o reflexo principal.
Para contar o sertão, Guimarães Rosa utiliza-se do idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo em sua extensa narrativa. Mas, como acontece com toda literatura regional que ultrapassa a simples descrição para situar-se no plano da arte, ela adquire dimensões universais pelo vigor e beleza do texto. Nada mais natural — sendo o homem o tema de toda grande literatura, são os elementos básicos da condição humana que, em última análise, encontramos em Grande Sertão: Veredas, único romance do escritor, no que ela tem de mais fundamental — o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria, a amizade, o mistério, os conflitos, as dores, a paixão.
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